GISELDA RIBEIRO DA SILVEIRA

Nasceu no dia 25 de agosto de 1958, na cidade de Taquara, Rio Grande do Sul, Brasil.
Filiada à Casa do Poeta Rio Grandense.
A estréia editorial de Gisela ocorre na obra “Letras do Brasil”, Edição da Casa do Poeta , Porto Alegre, 1985.

LITERATURA RIOGRANDENSE  VOL. 6  (Poesia & Prosa).  Org. de Nelson Fachinelli.   Capa de Mozart Leitão.  Porto Alegre, RS: Editora Proletra, 1985. 126 p.    Col. Literatura Riograndense Atual, v. 6).                                     Ex. bibl. Antonio Miranda – doação do livreiro Brito (DF)

F U G A

Essa desculpa
Migrante
critério assumido
consome liberdade.

Essa tal comodidade
compressora de oprimidos
fracos,
débeis caveiras ambulantes
que transitam no espaço
sem lutar...

Essa carência afetiva,
intactos corpos
comprimidos
fugindo da vida.

E, essa desculpa
Migrante
preconceitos idiotas
que individualizam,
que reprimem
até o espírito...
mas que,
nem por isso,
existe aceitação.
Inverdade na afirmação.


ÀS VEZES

Às vezes
você se aliena
se deita na cama
e chora sozinha.

Às vezes
você se questiona
não encontra respostas
e se recrimina.

Às vezes
você se revolta,
você se critica
mas não se define.

Às vezes
você não consegue
exprimir a verdade
e fica na sua...

Às vezes
você se acomoda
quando na realidade
você quer liberdade.

Às vezes
você se comprime
se enrosca na casca
e deixa escapar...

Às vezes
você se detesta
pois perde a chance
de se encontrar...


TRANSFORMAÇÃO

Não se assuste
se um dia
eu tirar esta máscara
e libertar este alguém
que se encontra escondido.

Não estranhe
se um dia
eu jogar para o alto
toda a timidez
que domina meu sangue.

Não se assuste
se um dia
eu tirar a mordaça
que reprime meu corpo.

Não estranhe
se um dia
eu topar com você
e tentar lhe envolver.

Não se assuste
se um dia
eu mudar meus princípios
e me dar para você.

Poema premiado com o honroso 3º. Lugar no Concurso Antônio Onofre de Poesia, promovido pela Casa do Poeta Riograndense, em 4/05/1985.

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Página publicada em setembro de 2021